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Mostrando postagens de março, 2012

Minha Pequena Verdade

Quer saber? Pode partir, eu não amolo. Pega o trapo amassado do casaco, põe nas costas e vai. Vira o rosto e nem precisa dizer adeus. Vai, mas não deixa teus indícios pelo chão. Não me dê uma causa para te encalçar até o fundo do oceano. Vai, mas prende os teus longos cabelos para que estes próprios não lavrem o seu perfume pelas ruas que eu posso andar depois de amanhã. Quer saber? Acompanha a chuva, eu não preciso de uma despedida. Vai antes de o pensamento mudar. Que saudade o quê? Achas mesmo que eu sentirei falta do calor da tua pele carnal em uma fria madrugada? Que hei de sentir uma pitada solidão ao café da manhã, apenas por ser só eu e minha xícara em uma mesa abissal? Que jazerei perdida sem tua voz de sino seduzindo meus ouvidos? Que enlouquecerei sem teu cheiro doce de frésias que desperta minha alma de uma extinção? Talvez, só talvez. Mas se quiser ir, que vá. O que adianta te trancar em meus olhos quando você, pequeno passarinho, prefere a maresia...? Thain

Remoto

Era um clima banhado da cor de sangue, e por lá eu perdi o resto da minha esperança... Ontem embrenhei-me em casa com o raro ar que tinha, a antemanhã achincalhava de meu fano olhar e meus pensamentos eram tão vazios quanto um carnaval de morro. Há 3 trezenas de dias e noites eu senti 1/5 da dor da separação, mas ainda me restava um único – e não tão pequeno – elemento que se atinha na parede oposta à janela... Meu maior conforto, minha maior alacridade, meu berço, meu colo, o abraço mais valioso desde que os dentes começaram a ranger. Este mesmo papel, onde estouro o meu infeliz abandono, foi ferido pelas minhas 2 mil lágrimas que caíram como uma tempestade, pela agressividade de minha caneta que jorrava palavras de desespero em cada parágrafo que encontrava pela frente. Este mesmo papel, cândido como nuvem, me fitou e até tentou me acalmar, sem mãos alguma. "Abandono é o frio que ressoa no inverno do desprezo e apaga nossa lua." Eu aguentaria prender minha alma pel