Meu eu verdadeiro é uma farsa
Fogueira à mim? Amor, eu que te enganei, eu que te iludi, eu que menti empregando todas essas palavras... Amor, eu que tricotei meu outro eu, eu que me desfiz de mim, eu que ensaiei todas essas palavras... Amor, eu que pequei, eu que conspurquei uns versos malfeitos, eu que rabisquei todas essas palavras... Amor, eu perpetrei um delito? Apesar de tão pueril, há pesar de mim em ti, ainda que nem mesmo eu acredite que possa compreender... Apesar de pesar tanto a consciência, prosseguirei escrevendo tanto quanto antes de confidenciar-te minha ordinária vida de trapaceadora? Por simular a todo esse tempo que sinto o que escrevo, que escrevo o que sinto... Mas então descobres que eu, desgraçada como sou, apanho as insuficientes e singelas palavras que me vem não tão facilmente, para fazê-las minha ganha. Para não criar vínculos afetuosos ou compromissos com a morte, com um peso no estômago. Que hei de sacar meu coração e dar ao fulano da calçada, apenas para registrar em um cad