Bem alí na esquina, onde nunca fui, se dobra de dor um homem de meia idade. Não só ele, mais um outro, e uma velha, e uma moça, e um rapazinho, e um caboco, e uma assombração, e um bode, e o Seu Manuel, e mais todo mundo. No zigue e zag de uma ponta só, eu me excluo por não ter o que deveria: A dor que todos sentem. Não minto, já ouvi falar, demais. Sussurradas de uma forma não tão doce assim, vindas da boca de um demônio agourento, palavras que arranham a alma quando chegam ao pé do ouvido. Não as sinto, nem querendo. E me desespero inventando balanços malamados, filmes descoloridos, tecendo fios de cabelos em uma cabeça de jacaré. Quando fui gente, e soube que era, gritei para um canto da rua. Chorei por não ter para onde seguir, por ser só... Quando ninguém entendia o significado de um nada que o vento encheu, eu me abraçava para ver se sossegava meu desespero em meu próprio colo. Mas para minha não tão surpresa assim, achar a dor é mais difícil do que se imagina. Não precisa pi