A Ponte de Carlos
Isso não merece ser lido por ninguém, nem por meus próprios olhos. Comecei sem rumo e acabei não conseguindo arranjar uma cabeça para cá... Porém:
Ouvi dizer que o destino é uma ponte que une sua vida à outra pessoa. Mas e se a tal ponte possuir certo nome...?
Praga me partiu, antes mesmo que eu pudesse parti-la em duas, em três, ou mais partes.
É o que eu chamo de masoquismo, talvez. Ver seu nome em postes, em ônibus e ruas sem saídas. Imaginar seu sorriso falecendo na margem dos lábios de uma estátua de pedra que guarda a ponte que mais me faz lembrar você. Ou então, só por um momento olhar para o céu e em uma piscada ver seus olhos refletindo a negrura das nuvens no seu mais lindo dia nublado.
Voltamos à estaca zero, onde pergunta-me se mudei. De lugar, ainda que não tenha respondido, sim. Não uso mais o chão, não vejo motivos absolutos. Mas meu eu, ora infernos, continua sendo o mesmo. Apesar de não ter entendido aonde queria alcançar, desejei ser a primeira. Pobre você, que não entende o significado da palavra frívola e continua por ai usando termos desgastados por bocas como as de minhas antigas atrações.
Rezo ao Deus dos ventos duas vezes a cada minuto, para que não se desfaçam as sementes que voam até ti. Nos nossos campos semiferteis onde nasce flor, morre flor, eu colho o que nunca plantei.
Não voltarei aqui, seja por água ou ar. Por que em Praga eu tive medos, temores que me fizeram oscilar diante de pequenos demônios e assombrosos báratros. Por que em Praga, até onde o olho alcança é amor, é paixão. Em Praga não se fala, se sussurra. Por que em Praga meu pensamento a todo instante é você.
Enfim, vou deitar e esperar o telefone acusar uma mensagem qualquer, tendo ciência de que a todo instante estás a respirar em um certo espaço que definitivamente não é onde eu queria...
Thainá Seabra
Ouvi dizer que o destino é uma ponte que une sua vida à outra pessoa. Mas e se a tal ponte possuir certo nome...?
Praga me partiu, antes mesmo que eu pudesse parti-la em duas, em três, ou mais partes.
É o que eu chamo de masoquismo, talvez. Ver seu nome em postes, em ônibus e ruas sem saídas. Imaginar seu sorriso falecendo na margem dos lábios de uma estátua de pedra que guarda a ponte que mais me faz lembrar você. Ou então, só por um momento olhar para o céu e em uma piscada ver seus olhos refletindo a negrura das nuvens no seu mais lindo dia nublado.
Voltamos à estaca zero, onde pergunta-me se mudei. De lugar, ainda que não tenha respondido, sim. Não uso mais o chão, não vejo motivos absolutos. Mas meu eu, ora infernos, continua sendo o mesmo. Apesar de não ter entendido aonde queria alcançar, desejei ser a primeira. Pobre você, que não entende o significado da palavra frívola e continua por ai usando termos desgastados por bocas como as de minhas antigas atrações.
Rezo ao Deus dos ventos duas vezes a cada minuto, para que não se desfaçam as sementes que voam até ti. Nos nossos campos semiferteis onde nasce flor, morre flor, eu colho o que nunca plantei.
Não voltarei aqui, seja por água ou ar. Por que em Praga eu tive medos, temores que me fizeram oscilar diante de pequenos demônios e assombrosos báratros. Por que em Praga, até onde o olho alcança é amor, é paixão. Em Praga não se fala, se sussurra. Por que em Praga meu pensamento a todo instante é você.
Enfim, vou deitar e esperar o telefone acusar uma mensagem qualquer, tendo ciência de que a todo instante estás a respirar em um certo espaço que definitivamente não é onde eu queria...
Thainá Seabra