Inverno Vazio

Não possuo a capacidade de amar as manhãs de verão, pois não é nelas que acordo...

Vejo o vento passar, como quem leva flores para seu verdadeiro amor. Ouço a chuva bater como quem defende a própria vida. Sinto o frio se alojar em minha pele como quem necessita de um abrigo.

Nada se altera. Nada me alegra. Uma neblina de mágoa me acompanha dia e noite, em todas as horas, em todo lugar.

"O apego é a maior escravidão.
Aquele que se apega,
Renunciou ao direito de liberdade."


Uma - ou várias - lágrima que se forma por debaixo de olhos falsos, que sequer transmitem o que estão sentindo. A boca, que trai a mente, é morada de um jato frio.

Já não mais preciso figir que estou bem. Apenas seguir com a vida, apenas aceitar o que não precisaria ser aceito. Deixar que decidam que caminho vou seguir, por que meus ossos congelaram e levaram de companhia meu ser.

Poucos - ou ninguém - entenderia a seguinte frase: "Debaixo ou em cima do tapete, me sinto nua. Alguém tirou o que mais me cobria, ternas ondas já não se avista."

E para mim, só resta a dúvida, o desejo, o mistério por trás de nuvens escuras e dias sombrios...

Thainá Seabra

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