É um pouco de tudo e de nada

É solidão se fazendo presente nas seis prateleiras da minha estante. É dor de viver, é cansaço. É o estalar de ossos ecoando na alma. É prazer de morrer, é agonia angustiante. Distância pra nada, pra tudo, infernos! É o medo de andar, de falar, um vale silencioso. É abandono e saudade, é culpa. É sol, é chuva, é mar de lágrimas desesperadas. É amizade enterrada. É um nó enlaçado. É música não tocada. É o peso da madrugada. É a tristeza batendo na porta dos fundos. É uma rachadura em meio a testa da nuvem. É sangrante e dói. Ela fugiu... É o esconderijo mais secreto. É o olho roxo e cortado, vermelho e inchado, morto e pálido. Nos lençóis manchados de preguiça, é o desagrado contigo. Para não mais correr por entre as águas. Para deixar de lado as mágoas. É indiferença, é o grunhido que gasta meus ouvidos. É uma queda ao abismo sem fim que termina bem ali. É temor aos passos mais leves. É horror à multidões, em cima da cama. Há monstros detrás da geladeira, é mentira. É rancor, é crime escondido dentro do caderno de anotações. Tinha amor dentro de uma caixa preta, se perdeu em pouco tempo. É novidade! É desesperança! É cuidado somado à várias taças de vinho. É uma vida, duas, três, nenhuma. É complicado. Creio só, não creio. É displicência. Sou eu, não sou. Era eu, não é mais. Ainda vai ser. É besteira!

Thainá Seabra

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